Moro quer condenar Lula de novo ainda neste semestre

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Nesta quarta-feira (11), o juiz federal Sergio Moro receberá o dono de uma grande empreiteira brasileira e o questionará sobre um apartamento que, para o MPF (Ministério Público Federal), fez parte de um esquema de pagamento de propina ao ex-presidente Lula e o PT.

O imóvel teria sido uma das formas encontradas pela empresa para “pagar” o ex-presidente por benefícios em contratos com a Petrobras.

O processo no qual o herdeiro do grupo Odebrecht falará nesta quarta-feira a Sergio Moro, por sua vez, é a ação mais adiantada contra o ex-presidente Lula sob responsabilidade do juiz de Curitiba. O caso pode representar a segunda condenação de Lula na Lava Jato.

Além do apartamento nº 121, que fica no mesmo andar da residência de Lula em São Bernardo, a empreiteira Odebrecht também teria comprado um terreno para a futura sede do Instituto Lula, em São Paulo, na rua Haberbeck Brandão.

Se Sergio Moro continuar com a rapidez inédita usada para Lula, a ação penal pode chegar a um desfecho na primeira instância da Justiça ainda no primeiro semestre deste ano.

Lula foi ouvido neste processo em setembro passado. Desde o fim de 2017, Moro analisa pedidos das defesas do ex-presidente e dos outros réus, para esclarecer dúvidas ou omissões nas provas já reunidas no caso.

 

Na tarde desta quarta-feira, Moro interrogará Marcelo Odebrecht e um ex-executivo da empreiteira, Paulo Baqueiro de Melo, a pedido das defesas de Lula e de outros réus, às 16h.

O bilionário baiano, que, após acordo de delação premiada, cumpre desde dezembro pena de dois anos e meio de prisão domiciliar em São Paulo, terá de falar sobre novas mensagens de email supostamente relacionadas à compra do terreno para o Instituto Lula na rua Haberbeck Brandão, na capital paulista.

Odebrecht só entregou o material à Justiça em fevereiro — ele alega que só conseguiu acessar as mensagens depois que saiu da cadeia. Já a defesa de Lula diz que os emails são forjados (os verdadeiros teriam sido destruídos).

As chamadas “diligências complementares” foram necessárias porque o processo foi cercado de controvérsias — em setembro passado, por exemplo, Lula apresentou recibos de aluguel.

O depoimento de hoje de Marcelo Odebrecht deve ser um dos últimos desta fase do processo. Moro pode abrir os prazos para as chamadas “alegações finais” das partes no fim de abril ou no começo de maio.

A partir da determinação do juiz, o Ministério Público terá 10 dias para apresentar suas alegações finais. Depois disso, a Petrobras tem mais três dias para fazer suas considerações, depois são mais 10 dias para as defesas. Após isso, a sentença será proferida