Banqueiros se conformam com Haddad/Lula, diz consultoria
A consultoria de negócios G.O. Associados encomendou ao professor Sergio Wechsler, do Instituto de Matemática e Estatística da USP, estudo sobre as probabilidades dos principais candidatos a presidente. O resultado é surpreendente: Se a eleição fosse realizada hoje, o candidato do PT, Fernando Haddad, teria nada menos do que 99,4% de chance de vencer.
A G. O. Associados pertence a Gesner de Oliveira, Professor da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo, com Ph. D em Economia pela Universidade da Califórnia/Berkeley, mestre em Economia pela Unicamp e bacharel pela Universidade de São Paulo. Foi presidente da Sabesp (2007/10), presidente do Cade (1996/00), Secretário de Acompanhamento Econômico (1995) e Secretário adjunto da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda (1993/95), no governo Fernando Henrique Cardoso.
A G. O. Associados encomendou estudo que mostra que Bolsonaro lidera as pesquisas, mas deixou de ser favorito para ganhar as eleições. A explicação é simples. Com exceção de Marina, que hoje não teria chance de chegar ao segundo turno, Bolsonaro perde para os demais rivais: Haddad, Ciro e Alckmin.
O estudo em questão foi conduzido pelo professor Sergio Wechsler, do Instituto de Matemática e Estatística da USP. O resultado, como já disse, é surpreendente: Se a eleição fosse hoje, Haddad, teria 99,4% de chance de vencer.
Esse estudo, segundo a G.O. Associados, foi feito com base na pesquisa Ibope do último dia 24, dois dias antes de esta matéria ser publicada. Em dois dias, houve uma tênue variação de resultados, dentro da margem de erro.
Na pesquisa Ibope do dia 24 de setembro, no primeiro turno Bolsonaro tinha 28%, Haddad 22%, Ciro 11%, Alckmin 8% e Marina 5%; na pesquisa recém-publicada, Bolsonaro tem 27%, Haddad 21%, Ciro 12%, Alckmin 8% e Marina 6%.
Os números se moveram dentro da margem de erro, o que mantém o estudo do matemático da USP.
Mas o mais interessante nem é isso. A G. O. Associados é uma consultoria de negócios ligada ao mercado financeiro. Ou seja: conhece muito bem o mercado. E o título da matéria publicada pelo dono dessa consultoria no UOL e trecho do texto explicam muito bem a ironia.
O que esse parágrafo quis dizer é, basicamente, que o mercado parou de apostar na vitória de Bolsonaro e, agora, aposta na vitória de Haddad simplesmente porque o petista está encostando no candidato da extrema-direita e o vence no segundo turno.
Gesner de Oliveira disse em seu Blog no UOL que o mercado deveria estar estressado com Haddad, mas parece que já está se acostumando à ideia de um presidente petista, o que põe as coisas nos eixos, pois quem deveria deixar gente sã nervosa é um demente como Bolsonaro, não um intelectual e professor universitário de renome como Fernando Haddad.