Ibope sugere que Globo pode apoiar Bolsonaro no segundo turno

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Conforme vai se configurando o segundo turno da eleição presidencial de 2018, surgem perguntas que só poderiam ser feitas a partir do momento em que ficassem mais ou menos sedimentados os nomes dos que disputarão essa segunda rodada eleitoral.

Com a ciência de que Jair Bolsonaro e Fernando Haddad disputarão o segundo turno, cabe perguntar: de que lado a mídia conservadora vai ficar?

Inicialmente, muitos pensaram que, ante o desastre e o imprevisível que seria a eleição de alguém como Jair Bolsonaro, a mídia – Globo à frente – preferiria ficar neutra, o que já seria excelente, já que Globo e cia. sempre fizeram campanha eleitoral contra o PT.

Além disso, a gigantesca mobilização nacional contra Bolsonaro e a rejeição do mercado financeiro internacional a Bolsonaro, com o espantoso editorial da “bíblia” neoliberal, a revista inglesa The Economist, tachando-o de “ameaça”, além da recente análise da agência de classificação de risco Standard & Poor’s de que Bolsonaro é “risco” maior do que Haddad, tudo isso deveria fazer Globo e cia. pensarem duas vezes antes de apoiarem um psicopata como esse.

Porém, nunca se pode subestimar o ódio das elites brasileiras aos governos populares e à promoção de justiça social.

Eis que um episódio recentíssimo, porém, sugere que pode ter havido alguma espécie de acordo sobretudo entre a Globo e Bolsonaro, após a Record ter anunciado apoio a ele.

Pesquisa Ibope divulgada na noite da última segunda-feira é esquisitíssima. Inverte a forte curva ascendente de Haddad, mostrando crescimento injustificado de Bolsonaro após ele ter sido alvo de uma manifestação-monstro pelo Brasil afora e no exterior. E de seu vice ter proposto acabar com o 13o salário.

Mais: o Ibope sai um dia após pesquisa CNT/MDA ter registrado empate técnico entre  Haddad e Bolsonaro, mostrando o petista estancado e o deputado fluminense crescendo acima  da  margem de  erro.

Ao mesmo tempo, trackings dos partidos dão conta de que continua forte a reação de Haddad enquanto Bolsonaro permanece estancado.

Além disso, a abstinência das tevês abertas em divulgarem os mega protestos contra Bolsonaro é muito estranha. Manifestações gigantescas praticamente  não ganharam espaço nenhum na mídia televisiva.

Como se sabe, o ódio da grande mídia ao PT sempre foi muito grande não por achar o partido feio e bobo, mas porque tem em seu ideário a justiça social, a distribuição de renda e de oportunidades, o que a burguesia brasileira jamais aceitará. E, por isso, já implantou até ditadura  de 20 anos para impedir justiça social no país.

De qualquer forma, será perda de tempo. O que move o eleitorado de Haddad/Lula é o desejo e a necessidade de voltar aos 11 anos durante os quais a vida dos brasileiros melhorou mês após mês. A mídia e o judiciário partidarizado não conseguirão fazer o povo esquecer do tempo em que o PT governou e a vida era boa.