Haddad, Marcelo D2 e Jean Wyllys ironizam fala de Onyx sobre liquidificador

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Fernando Haddad foi direto e reto ao responder ao ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, que nesta terça-feira (17) disse que o risco de ter uma arma em casa, para crianças, é igual ao de ter um liquidificador. “Não deixe onyx ao alcance das crianças” escreveu Haddad em seu twitter na manhã desta quarta.

“A gente vê criança pequena botar o dedo dentro do liquidificador e ligar o liquidificador e perder o dedinho. Então, nós vamos proibir os liquidificadores? Não. É uma questão de educação, é uma questão de orientação. No caso da arma, é a mesma coisa. Então, a gente colocou isso [a exigência de cofre] para mais uma vez alertar e proteger as crianças e os adolescentes”, afirmou o ministro Onyx Lorenzoni.

Segundo Lorenzoni, é preciso “cuidado redobrado” com arma. “Eu criei quatro filhos com arma dentro de casa. Meus filhos nunca foram lá brincar com arma porque eu ensinei a todos eles o que ela significava”, declarou o ministro bolsonarisa.

O cantor Marcelo D2 criticou duramente o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que comparou o risco de ferimento com liquidificador por parte das crianças com o de armas de fogo.

“Comparar liquidificador com arma talvez não seja a coisa mais imbecil que o representante do governo faça nessa gestão … afinal só temos 16 dias de mandato e ele tinha que retribuir todo o dinheiro do caixa 2 que lhe foi dado”, disse o artista no Twitter.

O deputado federal reeleito Jean Wyllys (PSol-RJ) criticou a declaração do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, sobre a possibilidade aumento de acidentes domésticos envolvendo crianças, após o presidente Jair Bolsonaro assinar um decreto que libera a posse de armas. Para o ministro, o risco de uma criança de acidentar com armas de fogo é igual ao de ferimentos com liquidificador.

No Twitter, o parlamentar faz ironias ao dizer que “o ministro Onyx deve ter acesso a estatísticas secretas sobre a taxa de homicídio com liquidificador, que o resto da população desconhece”. “Deveria divulgar os números”.

Segundo o deputado do Psol-RJ, “o decreto vai contra qualquer lógica: estudo realizado em 2006 apontou que 86% das armas usadas em crimes no Brasil são armas produzidas e vendidas legalmente, mas que foram furtadas. 74% destas foram de pessoas físicas, que as mantinham em seus lares ou as portavam”.

“Aliás, o próprio presidente em exercício teve sua arma roubada em um assalto (e foi assaltado mesmo tendo-a consigo, sob a jaqueta) em 1995. Dados das SSPs comprovam: nos primeiros dez anos do Estatuto do Desarmamento, em SP, a apreensão caiu de 39 mil/ano para 18 mil unidades”, disse. “Há ainda outro problema grave: como estas armas serão armazenadas, e como crianças e adolescentes estarão protegidas. Segundo as palavras do próprio presidente, bastará uma declaração que será “acreditada” porque não será fiscalizada, de que existe um cofre ou similar”, continua.

“E o governo federal mostra que tem plena consciência dos riscos do armazenamento incorreto, mas prefere a omissão por deixar de exigir até mesmo a anuência de um delegado como critério para a concessão da posse”.

Do 247