Relação de Bolsonaros e milícias será investigada

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Acabou a mamata. Tentativa dos Bolsonaros de impedir investigação do laranjal da família vai para o lixo. Todo cidadão é igual perante a lei.  Essas são palavras do ministro do STF Marco Aurélio Mello ao sinalizar que as investigações contra Flávio Bolsonaro vão recomeçar. Vão investigar, inclusive, relação dos Bolsonaros com o crime organizado!

No último dia 17, o ministro Luiz Fux, vice-presidente do Supremo, determinou a suspensão das investigações sobre as movimentações financeiras identificadas pelo Coaf nas contas de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro. A decisão tomada por Fux paralisou o processo até que Marco Aurélio, relator do caso, retomar suas atividades.

Marco Aurélio, porém, já enviou 28 casos semelhantes aos de Flávio Bolsonaro a instâncias inferiores. Todos os casos analisados pelo ministro, desde maio do ano passado, que envolviam políticos em situações anteriores ao mandato e não relacionados ao cargo, foram enviados a instâncias menores.

Pouco depois de a decisão de Fux vir a público, Marco Aurélio já havia indicado que deveria rejeitar o pedido, ao declarar à Globonews que tem remetido ao “lixo” reclamações como a do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro.

Marco Aurélio também já havia indicado que pretendia anunciar sua decisão já na volta do recesso, mesmo dia em que Flávio Bolsonaro tomará posse como senador pelo Rio de Janeiro.

O significado de tudo isso é muito simples: a coisa está começando a ficar “pequena” para os Bolsonaros. Não são um ou dois ministros do STF que parecem dispostos a pôr fim à impunidade do clã presidencial que vinha vigendo até aqui. Marco Aurélio deixou isso muito claro.

Não são poucos os que veem, nessa decisão de Marco Aurélio, o fim da mamata para os Bolsonaros. Estão envolvidos em um mega escândalo de corrupção e de relações com o crime organizado no Rio e, até aqui, vinham desfrutando de impunidade gerada pela recente eleição que o patriarca do clã Bolsonaro venceu. Segundo esses analistas, a mamata acabou.

E não é só isso. Segundo o insuspeito site bolsonarista “O Antagonista”, como o caso de Flávio Bolsonaro vai à primeira instância, a relação dele e do pai com as milícias do Rio – ou seja, com o crime organizado carioca – também será investigada pelo Ministério Público.

Qualquer outro político que estivesse envolvido com o crime organizado e que tivesse um assessor tão próximo operando um esquema de lavagem de dinheiro como o de Fabrício Queiroz, já teria, no mínimo, sido levado para depor coercitivamente e a investigação já estaria acontecendo há muito tempo. A decisão de Marco Aurélio Mello acabou com a mamata.

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