Onyx: situação é de demissão iminente
A situação de Onyx Lorenzoni dentro do governo passou de “delicada” para “demissão iminente”, segundo depoimentos colhidos de aliados do próprio ministro da Casa Civil e outras fontes dentro do Palácio do Planalto.
Essa sensação tornou-se unânime entre interlocutores do governo depois que o presidente Jair Bolsonaro decidiu retirar o Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) da Casa Civil, esvaziando ainda mais a pasta comandada por Onyx. Antes, a Casa Civil já havia perdido a articulação política para a Secretaria de Governo, comandada pelo general Luiz Eduardo Ramos.
No meio do ano passado, a Subchefia para Assuntos Jurídicos (SAJ) da Presidência, por onde passam todos os atos legais do Executivo, também foi transferida da Casa Civil para a Secretaria-Geral da Presidência, cujo titular é Jorge Oliveira, um dos ministros mais próximos de Bolsonaro.
A interlocutores, Bolsonaro há tempos vinha expressando insatisfação com o trabalho de Onyx. Porém, o fato de ter sido um dos primeiros parlamentares a abraçar a candidatura de Bolsonaro à Presidência pesava a favor do gaúcho.
Há entre auxiliares de Onyx quem veja “fogo amigo” de Ramos e também do ministro da Economia, Paulo Guedes, na polêmica envolvendo o secretário-executivo de Onyx, Vicente Santini, que acabou sendo removido do cargo. Santini usou um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir ao Fórum Econômico Mundial em Davos, em vez de ir de avião de carreira. Bolsonaro expressou publicamente sua insatisfação de uma maneira enfática.
Onyx antecipou seu retorno das férias e embarca dos Estados Unidos para o Brasil na tarde de hoje. A previsão é que amanhã ele se reúna com o Bolsonaro no Palácio do Planalto para definir a sua situação.
Ainda não se sabe qual será o destino de Onyx. Alguns cogitam que o ministro, deputado eleito, reassuma seu mandato na Câmara e se torne líder do governo. Porém, a fritura pública a que vem sendo submetido torna essa hipótese menos provável, na avaliação de interlocutores do próprio Onyx.
Também há rumores no Planalto de que a possível saída de Onyx abre as condições para que Bolsonaro inicie uma minirreforma ministerial. Essas mudanças poderiam começar com uma dança de cadeiras dentro do próprio Planalto. Não há, entretanto, nada decidido a esse respeito.