2016 não vai acabar tão cedo

2016, ano do golpe, da consolidação da crise, quando direitos dos trabalhadores e políticas de resgate de pobres e miseráveis começam a ser abandonados… Em 2016, a crise econômica se cristalizou a partir do beco sem saída a que chegou a crise política. E o pior é que 2016 não acabará tão cedo. Para isso seria necessário eleger novos governo e Congresso. Só pra começar.

Financial Times responde com Dilma à escolha ridícula da IstoÉ

A escolha de Michel Temer como “brasileiro do ano” pela revista IstoÉ foi muito ridícula, convenhamos. O que ele fez para merecer tal regalia além de compactuar com o golpe, afundar a economia apesar do apoio do mesmo Congresso que sabotou Dilma e escolher ministério tão ruim que teve pelo menos 1/3 dos ministros substituídos pouco após a nomeação? Já o jornal britânico Financial Times, ao indicar Dilma como “mulher do ano”, mostrou que a imprensa pode ser conservadora e séria. Além disso, a publicação previu, no início do ano, que o impeachment jogaria o Brasil “no caos”.

Golpe faz Brasil retomar tradição antidemocrática

Dos 126 anos de República, só 50 anos são considerados ‘democráticos’ e só 4 presidentes eleitos terminaram seus mandatos: Dutra, JK, FHC e Lula. Como os mandatos de FHC, Dilma e Lula foram mandatos de oito anos (com uma reeleição no meio), Dilma, que está para ser derrubada, não se inclui entre presidentes que terminaram seus mandatos. O golpe que está para acontecer é quase uma tradição brasileira. De certa forma, ao voltar a ter um governo ilegítimo o Brasil está voltando à “normalidade”.

Quando o povo descobrir por que derrubaram Dilma, a cobra vai fumar

Ainda vai demorar para o conjunto da sociedade descobrir uma das razões criminosas dos golpistas para derrubarem Dilma Rousseff, mas algumas das pessoas que se deixaram enganar pelo pato da Fiesp já estão descobrindo que patos foram elas ao ajudarem a derrubar a presidente, pois seu substituto veio para eliminar direitos trabalhistas e para vender o patrimônio público a preço de banana em troca de gordas propinas.

Senadora Ana Amélia, não se alegre. STF apoiou o golpe de 1964

A senadora pelo PP gaúcho, Ana Amélia, disse ter “alegria” por “ser golpista ao lado de ministros do STF”. Lewandowski ou Dilma não apoiam o impeachment por participarem do processo, um presidindo ou a outra se defendendo. E o STF presidir o processo não é garantia de nada. Ana Amélia não deve saber, mas o STF apoiou o golpe de 1964, apesar de que ela, filiada ao partido da ditadura, acha que daquela vez tampouco foi golpe.

Falsificação do Datafolha mostra medo que Senado rejeite impeachment

Chega a ser um pouco engraçado o tom de surpresa que o laureado jornalista Glenn Greenwald e seu colega Erick Dau imprimiram a denúncia feita no excelente The Intercept de que o Datafolha falsificou pesquisa que diz que só 3% querem novas eleições. Que diriam esses jornalistas se soubessem que este blogueiro já até abriu investigação contra o Datafolha na Polícia Federal justamente por falsificar pesquisas? Mas o que importa é a razão da fraude. Mais importante que a fraude em si. Diz muito sobre as chances atuais do golpe.

“Pixuleko” contra Lewandowski e Janot não pode, mas contra Dilma pode?!

A medida do STF contra os bonecos difamatórios de Lewandowski e Janot é vergonhosa. Não por seus motivos, que são absolutamente plausíveis, mas porque mostra que a Justiça usa dois pesos e duas medidas de acordo com a situação política dos cidadãos, das autoridades e das instituições. Se não punirem os pixulekos contra Dilma e Lula, que não punam contra ninguém.