Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Quantas palestras “bem pagas” Moro omitiu?

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Neste domingo veio à tona a omissão de uma palestra remunerada por Sergio Moro, na época, juiz responsável pela Lava Jato. Haverá mais palestras?

Juízes são obrigados a informar ao CNJ eventos de que participam. Moro deixou de informar palestra que disse a Dallagnol que era “bem paga”.

No dia 22 de de maio de 2017, Moro disse a Deltan que um executivo do grupo de comunicação Sinos queria seu contato para fazer um convite.

“Ano passado dei uma palestra lá para eles, bem organizada e bem paga”, escreveu o juiz. “Passa sim!”, respondeu Deltan, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.

Uma resolução aprovada pelo Conselho Nacional de Justiça em junho de 2016 tornou obrigatório para juízes de todas as instâncias o registro de informações sobre palestras e outros eventos que podem ser classificados como “atividades docentes” pelas normas aplicadas à magistratura.

De acordo com a resolução, os juízes têm 30 dias para informar sua participação nos eventos e devem registrar data, assunto, local e entidade responsável pela organização. As normas do CNJ não obrigam os juízes a declarar se foram remunerados.

Em resposta a questionamentos da Folha, Moro afirmou que a omissão da palestra em suas prestações de contas pode ter ocorrido por “puro lapso” e disse que parte do cachê recebido foi doada a uma entidade beneficente.

Contudo, Moro não informa que percentual da palestra foi doado. Pode ter sido irrisório e, ao ter dito Dallagnol que a palestra era”bem paga”, deixa ver que visava lucro.

Será essa a única palestra que Moro “esqueceu” de informar?

Da Redação com informações da Folha