Bia Lula: “Nunca vi meu avô do jeito que ele estava hoje. Destruído. Acabado”
Bia Lula: “Nunca vi meu avô do jeito que ele estava hoje. Destruído. Acabado. Tentou segurar, mas não deu. No final as palavras já não se encaixavam nas frases, só ouvíamos soluços, choros, gritos e promessa. Promessa essa que eu sei que meu avô fará questão de cumprir, afinal Arthur era o menino dos olhos, não por gostar mais, isso nunca. Mas por estar mais próximo, mais presente.
Assim que Marisa morreu, Arthur junto com seu pai e sua mãe se “mudaram” para a casa do meu avô e não permitiram que ele ficasse sozinho nem por um instante. Arthur deixou de ser convidado para festas de amigos da escola, da idade dele por ser neto do meu avô. E ele questionava, do modo dele, mas sempre buscando entender, apesar de ser quase incompreensível atitudes como essa.
Arthur tinha começado a entender o fato do meu avô estar longe e se queixava de saudade, mas sabia, que qualquer dia o vô bateria na porta, e voltaria para casa. Mas Arthur não pôde esperar. Deus não quis. Ainda não consigo entender o porquê, acho que ninguém consegue. Dói. Vi lágrimas do meu avô pingarem incansavelmente no rosto de Arthur. Queria não ter visto. Queria não ter passado por isso. Mas não foi possível.”