Com crise no laranjal, Bolsonaro resolve passear pelo mundo
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, informou nesta sexta-feira (1º) que o presidente Jair Bolsonaro programa viagens para os Estados Unidos, Chile e Israel neste mês de março.
O chanceler deu as previsões de viagens de Bolsonaro após uma reunião com o vice-presidente Hamilton Mourão, na qual discutiram sobre o próximo encontro da comissão Brasil-China. A comissão é coordenada pelo vice-presidente da República.
Segundo o ministro, as datas das viagens de Bolsonaro ao exterior serão confirmadas em breve, já que a programação do presidente nos três países ainda não foi fechada.
A viagem de Bolsonaro aos Estados Unidos, onde deverá ter um encontro com o presidente americano Donald Trump, tem a previsão de ocorrer entre os dias 17 e 19 de março. A ida de Bolsonaro ao Chile seria na sequência, entre os dias 21 e 23.
Conforme o jornal “O Globo”, o Ministério das Relações Exteriores em Jerusalém anunciou a previsão de visita de Bolsonaro a Israel entre 31 de março e 4 de abril, dias antes da eleição no país, marcadas para 9 de abril, que poderão manter no poder o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
A Procuradoria-Geral de Israel informou que encaminhará denúncia contra Netanyahu por corrupção. Investigado por tentar obter cobertura jornalística favorável no site Walla em troca de vantagens governamentais, o primeiro-ministro nega todas as acusações.
Viagens internacionais
Desde a posse como presidente da República, em 1º de janeiro, Bolsonaro fez uma viagem internacional, quando participou pela primeira vez do Fórum Mundial Econômico, em Davos (Suíça).
Na oportunidade, Bolsonaro declarou que pretende “avançar” na compatibilização de preservação ambiental e desenvolvimento econômico e que deseja colocar o Brasil no ranking dos 50 melhores países para se fazer negócios.
A viagem aos Estados Unidos prevê o primeiro encontro entre Bolsonaro e Donald Trump. Os dois se falaram por telefone no ano passado, após a vitória do brasileiro na eleição presidencial, quando Trump afirmou que trabalhará com o Brasil nas áreas de comércio e militar.
Brasil e Estados Unidos estão alinhados nas ações contra o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela. Os dois países não reconhecem Maduro como presidente e consideram o líder opositor Juan Guaidó como presidente interino do país – Guaidó veio ao Brasil e se reuniu na quinta-feira (28) com Bolsonaro.
A intenção do presidente de ir ao Chile foi anunciada ainda em 2018, após a eleição, pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Já a viagem a Israel retribuirá a visita de Netanyahu para acompanhar a posse de Bolsonaro, em mais um passo de aproximação entre os países. Após o rompimento de barragem em Brumadinho (MG), o primeiro-ministro enviou uma missão de militares com equipamentos para auxiliar na busca pelas vítimas da tragédia.
O Brasil ainda não oficializou a troca da embaixada em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, a exemplo do que fez o governo americano. A medida gerou apreensão em razão de eventuais retaliações de países árabes, grandes compradores de carne brasileira.
Israel considera Jerusalém a “capital eterna e indivisível” do país. Mas os palestinos não aceitam e reivindicam Jerusalém Oriental como capital de um futuro Estado palestino.
Do G1