Damares quer “treinar manicures’ para observar possíveis abusos contra as clientes
Em evento realizado na manhã desta sexta-feira (8), a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, anunciou o lançamento de uma campanha para treinar profissionais que lidam todos os dias com o público feminino, como os profissionais de beleza, a identificar e denunciar sinais de agressão contra as mulheres.
A campanha, batizada de Salve uma mulher, foi anunciada durante cerimônia de assinatura de acordo técnico entre a pasta chefiada por Damares e o Ministério da Justiça e da Segurança Pública. O objetivo do acordo é fortalecer as políticas públicas voltadas à proteção da mulher em situação de violência.
O acordo de cooperação técnica terá duração de dois anos. As metas e responsabilidades de cada órgão serão definidas por ambos os ministérios em até 30 dias, quando deverá ser assinado um plano de trabalho. A coleta de dados começará 15 dias após a publicação deste documento.
“Precisamos envolver toda a sociedade e, para dar o primeiro passo nesse engajamento da sociedade, hoje lançamos a campanha ‘Salve uma Mulher’. A ideia é enfrentar a violência contra o público feminino com ações que visem conscientizar para responsabilidade de todos na promoção dos direitos, em especial dos profissionais que lidam com as mulheres todos os dias. Nós vamos começar essa campanha com os profissionais da beleza”, disse a ministra durante o evento.
De acordo com Damares, há entre os profissionais de beleza e as clientes uma relação de “confiança”, e, por isso, o treinamento deles é importante para que agressões sejam denunciadas.
‘Flores’
Damares disse durante seu discurso que o governo deve ir até as escolas conversar com crianças de quatro e cinco anos para ensinar os meninos a amarem as meninas.
Segundo a ministra, a intenção é fazer com que os homens entendam que as mulheres devem ter igualdade de direitos e oportunidades, mas que devem ser tratadas de forma diferente “por serem mulheres”.
“Os meninos vão ter que entender que as meninas são iguais em direitos e oportunidades, mas são diferentes por serem mulheres, e precisam ser amadas e respeitadas como mulheres. Enquanto meninos acharem que menino é igual a menina, como se pregou no passado com algumas ideologias, ‘já que menina é igual, ela aguenta apanhar’. Nós vamos dizer para eles que elas são iguais em oportunidade e direitos, mas diferentes fisicamente e precisam ser amadas”, disse Damares.
Para a ministra, ensinar meninos a entregar flores e abrir a porta do carro para meninas não coloca a mulher em uma situação de fragilidade, mas a “eleva a um patamar de ser especial pleno”.
“Nós vamos ensinar nossos meninos nas escolas a levar flores para meninas, por que não? Abrir porta do carro para mulher, por que não? A se reverenciar para uma mulher, por que não? Nós não vamos estar colocando a mulher em uma situação de fragilidade. Mas vamos elevar para um patamar de um ser especial pleno, de um ser extraordinário”, defendeu Damares.