Defender Lula Livre é defender também a democracia, pois sem ela os diretos das mulheres não existem
“Obrigado presidente Lula. O seu governo salvou a vida do meu filho”. Esta frase, escrita com visível emoção por uma mãe brasileira, foi uma das que mais me impactaram quando pude, meses atrás, ver algumas das milhares de cartas que nosso querido presidente passou a receber depois de sua injusta prisão e que estão sendo guardadas no Instituto Lula como parte inegável do patrimônio deste homem.
O agradecimento daquela mãe pode sintetizar o que significaram os governos do PT para as mulheres brasileiras. O acúmulo de experiências e formulações de nosso partido e de administrações que construímos culminou na implementação de políticas públicas de caráter universal que sempre reconheceram o caráter singular que as mulheres ocupam em qualquer sociedade.
Não se trata apenas do número de mulheres em cargos de direção e comando, o que é por demais importante mas não deve ser reduzido apenas ao cumprimento de cotas. O recente escândalo das candidaturas laranjas do partido do atual ocupante do Planalto é mais uma evidência das diferentes concepções que temos em relação ao papel e às necessidades da mulher na política e na sociedade.
Eles, os machistas, utilizaram-se do avanço representado pelas cotas para fazer aquilo do qual não podem escapar, pois lhes é constitutivo: rebaixar a mulher, enxergando-as como acessórios, como subalternas, como simples peças no jogo de poder deles.
Os avanços que construímos ao longo de décadas para o reconhecimento das mulheres como iguais e singulares – avanços tímidos ainda diante das injustiças – têm sido guiados pela convicção de que reconhecer e atender as necessidades específicas das mulheres não é uma questão sentimental e vai além de um conceito humanista, tratando-se também de enfrentar a exploração capitalista em uma de suas facetas mais cruéis.
Foram os Governos Lula e Dilma que trouxeram à realidade a Lei Maria da Penha, o reconhecimento dos direitos trabalhistas das empregadas domésticas, a Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, posteriormente transformada em Ministério, o programa “ Mulher , Viver sem Violência”, a tipificação do crime de feminicídio e uma insuficiente porém inédita aproximação salarial entre os gêneros, entre outros exemplos que poderíamos com orgulho citar, portanto souberam que era preciso muito mais do que reconhecer formal ou intelectualmente a importância vital e estratégica de uma política de gênero. Decidiram colocar em prática o enfrentamento das várias e multiformes carências, lacunas e injustiças que sempre permearam esse universo, não só no Brasil como em todo o mundo.
O tamanho e a intensidade das reações conservadoras a essa orientação, desde a infame acusação de inchaço da máquina por conta da criação de Secretarias como a de Políticas para as Mulheres e a de Políticas de Promoção da Igualdade Racial até o golpe contra a presidenta Dilma, mostram o quanto essa estrutura arcaica de dominação é presente. O perfil do atual governo, por sua vez, escancara como tudo o que combatemos está sempre à espreita e ativo.
Por isso, creio que o Dia Internacional das Mulheres é, sim, de luta e, portanto, também é dia de levantarmos bem alto a bandeira Lula Livre. Defender a liberdade do ex- Presidente Lula é defender também a democracia, pois sem ela os diretos das mulheres não existem.