Para Mourão, massacre de Suzano não tem nada a ver com flexibilização de armas

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O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta quarta-feira (13) lamentar profundamente a morte de oito pessoas em Suzano (SP) e ressaltou que agora é necessário compreender por que têm ocorrido ataques a tiros em escolas brasileiras.

Para o general, a flexibilização da posse de armas, autorizada pelo presidente Jair Bolsonaro, não tem relação com a tragédia, uma vez que o armamento utilizado pelos responsáveis, segundo ele, provavelmente não era legalizado.

“Eu não vejo essa questão [flexibilização]. Vai dizer que a arma que eles estavam usando era legal? Não tem nada a ver”, disse, negando que a questão enfraquece também o debate para mudanças nas atuais regras de porte de armas.

Até o momento, o presidente manteve silêncio sobre o ataque, diferentemente de sua equipe ministerial, que se manifestou por redes sociais e notas públicas ao longo da manhã.

Em entrevista à imprensa, Mourão lembrou de episódio semelhante ocorrido em 2011, em uma unidade de ensino em Realengo (RJ), e disse que a tragédia pode estar relacionada ao acesso de jovens e adolescentes a jogos de vídeo games com conteúdos violentos.

“É muito triste e temos de chegar à conclusão por que isso está acontecendo. Essas coisas não aconteciam no Brasil”, afirmou. “A minha opinião é que hoje a gente vê essa garotada viciada em videogame. E videogames violentos. É só isso que fazem”, acrescentou.

O vice-presidente disse que o assunto deve ser motivo de preocupação da sociedade e pregou a ampliação das escolas de tempo integral como uma forma de evitar que a juventude entre para o mundo do crime.

“Eu tenho netos e vejo meus netos muitas vezes mergulhados nisso aí. É isso que a gente tem de estar preocupado”, disse.

Mais cedo, o ministro da Secretaria-Geral, Floriano Peixoto, classificou o episódio como “tristíssimo”. E o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, desejou sentimentos às famílias das vítimas.

Mourão preferiu não comentar declaração feita pelo senador Major Olímpio (PSL-SP), para o qual se os professores da unidade de ensino estivessem armados, a tragédia não teria acontecido.

“Como dizia Armando Falcão, no comments”, respondeu.

Segundo informações da Polícia Militar, dois homens encapuzados, que aparentam ser adolescentes, atiraram contra os estudantes e, em seguida, se mataram na unidade educacional Raul Brasil, na região central da cidade.

Um funcionário da escola também foi atingido pelos disparos e morreu. Informações da equipe médica no local são de que há ao menos outras nove pessoas feridas.

Da FSP