Suspeitas de caixa dois continuam complicando a vida de Onyx
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), recorreu da decisão tomada no mês passado pelo ministro Marco Aurélio Mello, de enviar para a Justiça Eleitoral apuração preliminar sobre supostos repasses por meio de caixa 2 do grupo J&F, dono do frigorífico JBS.
A defesa de Onyx Lorenzoni recorreu para que o caso continuasse no Supremo porque entende que o ministro continua deputado federal, mesmo que esteja licenciado do cargo para exercer um cargo no primeiro escalão do governo federal. Além disso, os advogados argumentam que os repasses não contabilizados alvo da investigação teriam relação com o cargo de deputado federal, e não de ministro de Estado.
O procedimento envolve repasses relatados ao ministro da Suprema Corte por executivos do grupo J&F. Em 2017, Onyx admitiu ter obtido R$ 100 mil não declarados à Justiça Eleitoral da holding dos irmãos Joesley e Wesley Batista para a campanha eleitoral de 2014 por meio de caixa 2. O chefe da Casa Civil chegou a pedir desculpas publicamente em razão deste episódio.
Em novembro do ano passado, delatores da J&F entregaram à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma planilha que, segundo os procuradores da República, comprova que o ministro da Casa Civil recebeu um segundo repasse de R$ 100 mil, também por meio de caixa 2, em 2012.
Em relação a esse caso, Onyx se disse um “combatente contra a corrupção” e afirmou que a notícia “requenta uma informação” de 2017″.
Após a instauração de um procedimento preliminar de apuração, a PGR opinou pelo envio do caso à primeira instância porque não tinha relação com o cargo. Em 20 de fevereiro, o ministro do STF atendeu ao pedido.
Em despacho desta quarta-feira (20), Marco Aurélio Mello determinou que a Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre o novo recurso de Onyx.
Do G1