Acusado de assassinar Marielle pesquisou sobre professor que teve atrito com Flávio Bolsonaro
Pesquisas feitas por Ronnie Lessa na internet sugerem que o acusado de matar Marielle Franco tem intolerância a pessoas que defendam bandeiras ditas de esquerda.
Em julho de 2017, após a imprensa revelar um atrito entre o então deputado Flávio Bolsonaro (PSL) e o professor da rede estadual Pedro Mara, Lessa fez uma pesquisa querendo saber mais detalhes sobre Mara, diretor do Ciep 210, em Belford Roxo.
Dias antes da busca no Google, os jornais haviam noticiado que Flávio apresentara denúncia ao Ministério Público pelo fato de Mara, que defende a legalização da maconha e leciona Educação Física para menores de idade, ter uma folha de maconha tatuada no antebraço.
Lessa também fez pesquisas sobre jornalistas que escreveram reportagens críticas à atuação da Polícia Militar.
Procurado, Mara disse ter recebido a notícia com espanto:
— Ronnie Lessa parece ser um profissional do crime e aparenta ter dificuldade de lidar com o divergente, com o contraditório. O meu medo é que ando muito em áreas de milícia por conta do local onde dou aula. Fico com receio. Vou procurar a Delegacia de Homicídios para ter acesso ao relatório na íntegra e a Anistia Internacional para saber se há alguma providência a ser tomada — afirmou.
Também procurado, o hoje senador Flávio Bolsonaro informou que prefere não comentar o assunto.
De O Globo