Militares e ala da ‘velha política’ disputam lugar de Vélez
Enquanto o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, segue ameaçado de demissão no cargo, com críticas públicas do presidente Jair Bolsonaro à condução da pasta, o governo já começa a avaliar nomes que podem substituí-lo.
A dúvida no entorno do presidente é se entrega a área a alguém ligado à área militar ou se cede a uma indicação política. Uma lista entregue a Bolsonaro antes da viagem aos Estados Unidos neste mês, já com a crise deflagrada no MEC, voltou a ser considerada.
Nela, figuram nomes ligados ao generais que estiveram na campanha ou no grupo de transição, entre eles o general Aléssio Ribeiro Souto, que trabalhou no plano de governo de Bolsonaro para a educação.
Estão cotados também o atual presidente do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), Alberto Decotelli, e até, ironicamente, o ex-auxiliar de Vélez demitido nesta semana, Marcus Vinicius Rodrigues, que deixou o Inep em mais uma frente de crise no MEC.
O nome de Antonio de Araújo Freitas Junior, integrante do Conselho Nacional de Educação (CNE), também foi ventilado.
Na área política, vários nomes circulam no entorno de Bolsonaro. Indicações do PSDB, como o do senador Izalci (DF), ou do DEM têm chegado aos auxiliares do presidente. Até o nome do próprio ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, começou a circular nesta semana, após sinais de que Vélez não se segura no cargo.
O Planalto resiste a entregar o MEC a um político para não endossar críticas de que estaria praticando o “toma lá dá cá” que tanto critica. Mas a falta de opções do núcleo bolsonarista, que não mantém relação com a área da educação, é um problema do governo para substituir Vélez. Bolsonaro falou publicamente que o ministro fica no cargo, mas a expectativa no Planalto é que a troca seja efetivada no retorno da viagem a Israel na próxima semana.