Bolsonaro se acovarda e nega comemoração da ditadura
Bolsonaro e os palhaços que o rodeiam tentaram tripudiar sobre os que carregam na alma as marcas da ditadura brutal que calou, perseguiu, prendeu, torturou, estuprou e matou tantos entre 1964 e 1985: mandou os militares CO-ME-MO-RA-REM aquele horror. Agora, vendo que poderia até perder o mandato por isso, acovardou-se e voltou atrás. Mas pode ser tarde…
Choveu processos e “orientações” do Ministério Público e do Judiciário devido ao abuso do general de divisão Otávio Santana do Rêgo Barros, porta-voz oficial da Presidência da República, que leu nota pública emitida por Bolsonaro determinando que os comandos militares COMEMORASSEM (!!!) 55 anos do golpe militar de 31 de março de 1964.
O Ministério Público Federal, então, expediu recomendação para que os Comandos Militares não realizassem manifestações em homenagem à ditadura militar. A recomendação foi anunciada depois que Bolsonaro autorizou a celebração do golpe nos quarteis.
Mas as reações não pararam por aí. Segundo a Defensoria Pública da União, “a postura do Presidente da República violou sua atribuição como Chefe de Governo – uma vez que atenta contra a moralidade administrativa – mas, também, viola sua atribuição como Chefe de Estado”.
Para bom entendedor, meia palavra basta. Bolsonaro percebeu a gravidade da provocação que quis fazer aos adversários e decidiu tirar o corpo fora, negando o que todos sabem, que ele autorizou COMEMORAÇÃO do golpe de 1964. Agora, ele diz que não mandou os militares comemorarem, mas, sim, “rememorarem”…
Porém, os milicos, que, a contragosto, deixavam de comemorar o golpe todo 31 de março, agora que receberam sinal verde do governo se recusam a acatar a recomendação do MPF e dizem que vão comemorar de qualquer jeito as mortes, os estupros e as torturas praticadas pelas forças armadas durante a ditadura.
Bolsonaro tentou se proteger das consequências que pode sofrer por ter pregado que a ruptura da democracia seja comemorada por agentes públicos como são os militares porque sabe que, no limite, pode até responder por isso com seu mandato. Mas os milicos não estão nem aí para ele e prometem comemorar de qualquer jeito. E Bolsonaro que se dane.
Se as comemorações ocorrerem, portanto, Bolsonaro será o grande responsável por elas e por elas terá que responder, já que foi sua a iniciativa de instigar as Forças Armadas a comemorarem os atos vergonhosos de lesa-humanidade que cometeram ao longo de 21 anos de uma ditadura brutal, criminosa, pervertida que esmagou o país.
Confira a matéria em vídeo