Policial que usou emblema da SWAT na escolta de Lula fez curso nos EUA e elogiou Bolsonaro nas redes
A foto de um policial federa l usando um distintivo da divisão de armas e táticas especiais ( Swat , na sigla em inglês) da polícia de Miami enquanto fazia a escolta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste sábado, levou simpatizantes do PT a questionarem se o agente seria um policial norte-americano infiltrado.
A polêmica não terminou nem com a descoberta de que Danilo Campetti é brasileiro e atua em uma divisão tática da Polícia Federal (PF) de São Paulo.
Após a revelação de elogios ao presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais do policial, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann e outros apoiadores passaram a cobrar providências da Corregedoria da PF.
Natural de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, especialista em armamentos e instrutor de tiros, Campetti teria recebido o distintivo da Swat em 2005, quando era policial civil em São Paulo. Naquele ano, ele aproveitou uma parceria do governo estadual com a polícia de Miami para fazer um curso de especialização de 80 horas.
Ano passado, Campetti trabalhou na equipe de agentes federais que fez a segurança de Bolsonaro durante a campanha presidencial e usou suas contas pessoais nas redes para elogiar o atual presidente da República e criticar o PT. Diversas vezes, postou mensagens de apoio a Bolsonaro, a quem se referia como “capitão”.
Ele usava a hashtag “#mito” para fotos em que aparecia com o atual presidente.
Em outras postagens, o policial se orgulha de ser “conservador, hétero e adorar armas”, além de repostar mensagens a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e contra o PT.
Neste domingo, Gleisi criticou o caso. “O problema não é o mesmo policial que fez a escolta do Lula ter feito a segurança do Bolsonaro nas eleições. O grave é o engajamento político do policial pró-Bolsonaro. É caso de corregedoria. Vamos tomar providências.
E pedir explicações do porque ostentar o símbolo da polícia americana”, escreveu a deputada federal no Twitter, prometendo apurar o ato.
Questionada, a PF afirmou que não faria comentários relacionados à escolta do ex-presidente Lula. A PF também não respondeu às perguntas sobre normas para o uso de distintivos nos uniformes dos agentes. Procurado pela reportagem, Campelli não foi localizado até a noite de ontem.
Procurado pela reportagem, o policial não foi localizado até a publicação deste texto.
No sábado, Lula deixou a prisão, em Curitiba, para para acompanhar, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, o velório e a cerimônia de cremação do seu neto Arthur, de 7 anos, que morrera vítima de uma meningite um dia antes.
De O Globo