Major Olímpio e Paulo Guedes tem divergências de pautas
O senador Major Olímpio (SP), líder do PSL no Senado, afirmou que projetos nas áreas de segurança pública e combate à corrupção são prioridade da Casa no primeiro semestre. A intenção do senador para a pauta do Senado não está alinhada com os planos do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Em entrevista ao Estado no domingo passado, Guedes revelou que a proposta que pretende tirar as “amarras” do Orçamento da União, de Estados e municípios e ampliar os repasses de recursos para os governos regionais será enviada logo e começará a tramitar pelo Senado, para não tirar as atenções da Câmara em relação à Previdência.
Na terça-feira, 12, o líder do governo do Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), disse que o texto pode chegar à Casa no início de abril. “Enquanto o texto da reforma da Previdência será discutido na Câmara dos Deputados, o Senado Federal irá priorizar nesse primeiro semestre de 2019 projetos nas áreas de segurança pública e combate à corrupção”, diz a nota divulgada pela assessoria do senador. Na terça, à reportagem, ela afirmou que a prioridade aos outros temas “em nada fere a discussão do pacto federativo”.
Para o líder do partido do presidente Jair Bolsonaro, “a priorização destes temas atenderá à demanda da população brasileira refletida nas urnas”. A iniciativa é capitaneada por Olímpio e os senadores Weverton (PDT-MA) e Eduardo Girão (Pode-CE).
Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou que é importante que a Casa tenha protagonismo na tramitação da proposta. Na avaliação dele, a tramitação conjunta das duas propostas irá ajudar o andamento da Previdência, e não atrapalhar.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por outro lado, afirmou que tem receio. “Fico preocupado porque para um governador desvincular o Orçamento em seu Estado, talvez resolva o problema nos quatro anos dele e ele possa abrir mão da Previdência”, disse. Para Maia, se o problema de curto prazo de alguns Estados for solucionado, pode “tirar a vontade” de votar a Previdência.
Do Estadão