Preocupado, Carlos Bolsonaro chama de “ditadura” investigação do STF sobre fake news
Filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSC) criticou em sua conta no Twitter ações da investigação aberta pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para investigar supostos ataques contra os ministros do tribunal.
O ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito, expediu mandados de busca e apreensão e teria determinado o bloqueio de contas em redes sociais de dois alvos da investigação. O inquérito corre sob segredo de Justiça.
No Twitter, Carlos Bolsonaro compartilhou uma notícia sobre a investigação e fez menção à ditadura.
“Estamos vivendo em uma ditadura? ‘Ódio’ é uma palavra muito rasa para permitir que ‘estuprem’ quem não concorda com alguma decisão do STF! É inadmissível e inacreditável o que ocorre no Brasil!”, escreveu o filho do presidente.
A abertura do inquérito foi anunciada na semana passada pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli, com o objetivo de investigar a existência de fake news (notícias falsas), ameaças e afirmações caluniosas e difamantes que atingem “a honra e a segurança” dos ministros da corte e de seus familiares.
A investigação foi contestada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) que, em pedido de informações sobre o inquérito, sugeriu que o Supremo não teria atribuição legal para iniciar uma investigação desse tipo. O ministro Marco Aurélio, do STF, contestou a forma como a investigação foi instaurada e defendeu que o caso tivesse sido remetido primeiro ao Ministério Público.
O processo está sob segredo de Justiça e o STF não divulgou detalhes sobre os alvos da investigação ou os fatos que serão apurados.
O ministro Alexandre de Moraes afirmou na terça-feira (19) que foram identificadas mensagens que sugerem atos de violência contra os ministros, assim como o “fechamento” do Supremo.
“O que vem se pretendendo é desestabilizar o Supremo Tribunal Federal, ou seja, o Poder Judiciário. Não existe democracia sem independência do Poder Judiciário. Isso vai ser investigado a fundo”, disse Moraes.
Do UOL