Impeachment de Bolsonaro vem aí
Bolsonaro corre o mesmo risco que Dilma Rousseff corria em 2015, logo após ser reeleita. Mas ele, por razões reais. A quantidade de problemas que vem arrumando já fez de seu impeachment uma probabilidade concreta. Juristas, analistas políticos e parlamentares mostram por que Mourão, o vice, vem constrangendo o presidente-tuiteiro.
Não são poucos os que veem vários motivos suficientes para um pedido de impeachment de Jair Bolsonaro. São falas e postagens em redes sociais contendo quebra de decoro, processos criminais em curso na justiça por crimes contra a honra e por incitação ao crime e, agora, investigações por corrupção.
O caso mais vistoso envolvendo Bolsonaro que poderia redundar em impeachment, claro, é o da quebra de decoro do presidente da República ao postar um vídeo pornô em sua conta oficial no Twitter. Esse entre outros pronunciamentos destemperados do presidente da República.
O mesmo jurista que formulou o impeachment de Dilma Rousseff, Miguel Reale Jr., acha, inclusive, que a postagem do vídeo pornô por Bolsonaro seria motivo de impeachment
Contudo, não é por aí que Bolsonaro sofre o maior risco de um processo de impeachment. O ataque dele a uma jornalista do Estadão que comentava o risco que ele corre por conta do seu envolvimento com milícias do Rio de Janeiro e no caso do laranja da família, Fabrício Queiroz, que arrecadava recursos ilicitamente para os Bolsonaro, mostra que ele começa a se desesperar.
Bolsonaro acusa repórter do Estadão de confessar que o jornal pretende “arruiná-lo” valendo-se de seu envolvimento com o crime organizado do Rio e com seu laranja familiar. Isso porque busca uma “vacina” contra as suspeitas que pesam contra si.
Não é à toa que o MPF está pedindo à Justiça autorização para investigar o presidente da República.
Não é por outra razão que, no último domingo, o ex-diretor de redação de O Globo e atual colunista do jornal Ascânio Seleme, um dos poderosos das Organizações Globo, afirma que o Congresso já começa a discutir o impeachment do chefe do Executivo federal.
Diz o jornalista da Globo:
“Hoje, as pessoas falam abertamente sobre o impeachment de Bolsonaro. E por quê? Porque o presidente deu margem, deu corda, alimentou e segue alimentando a discussão sobre seu próprio futuro. Cada besteira dita por ele multiplica o debate sobre o seu afastamento”
Para quem acha isso impossível em tão pouco tempo de mandato, basta lembrar de Dilma Rousseff.
De uma vez que a popularidade de Dilma caiu, o Congresso foi ágil em arrumar alguma desculpa esfarrapada para derrubá-la. Se a popularidade de Bolsonaro continuar caindo, o Congresso terá motivos mais do que concretos para impeachment. Se sua aprovação cair, seu governo não resistirá dois meses.