Periferias impulsionam rejeição histórica de Bolsonaro
A queda na popularidade de Jair Bolsonaro, aferida pela pesquisa do Ibope divulgada nesta quarta 20, foi mais vertiginosa nos centros urbanos do Brasil. Nos municípios com mais de 500 mil habitantes, o percentual dos que avaliam o governo como ruim ou péssimo cresceu 18 pontos percentuais — de 14% em janeiro para 32% em março.
O tombo foi ainda maior nas cidades da periferia, onde Bolsonaro desagrada 3 em cada 10 eleitores. No primeiro mês de governo, os que desaprovavam eram 8%. Esse número subiu para 19% em fevereiro e chega agora a 29%. Um aumento de 22 pontos percentuais.
A rejeição ao governo também cresceu significativamente entre os brasileiros que têm entre 45 e 54 anos. Em janeiro, apenas 9% consideravam ruim ou péssima a gestão do militar. Agora, são 26%.
Desde a posse, a aprovação a Bolsonaro caiu mais de 20 pontos percentuais entre os seguintes grupos: população de 45 a 54 anos (de 70% para 45%), moradores de cidades periféricas (de 63% para 42%) e entre os que só completaram o ensino fundamental (de 69% a 49%).
Já a região Nordeste dá ao governo a maior rejeição: 49%, um aumento de 19 pontos percentuais em relação a janeiro.
A pesquisa ouviu 2.002 pessoas entre os dias 16 e 19 de março, com margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Ricos e evangélicos sustentam aprovação
Os mais ricos ainda são os que melhor avaliam Bolsonaro (49%), mas esse número também caiu: era de 57% em janeiro. Entre os homens e moradores de cidades pequenas (com até 50 mil habitantes) a aprovação atinge 57%. O apoio também é alto entre os que se autodeclaram brancos (42%).
Entre os evangélicos, outra base importante do presidente, a avaliação positiva é de 61%. O segmento também é o que mais confia no presidente (56%).
As regiões Norte e Centro-Oeste foram as únicas onde o apoio a Bolsonaro cresceu em relação a fevereiro: 42% consideram o governo bom ou ótimo.