Escanteado por Eduardo Bolsonaro, Ernesto Araújo diz que foi importante em viagem aos EUA

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Ofuscado durante a viagem a Washington pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o chanceler Ernesto Araújo fez, nesta quarta-feira (20), uma defesa da sua administração à frente do Itamaraty e disse que sua atuação foi importante para os resultados alcançados durante o encontro bilateral entre Jair Bolsonaro e Donald Trump, como o apoio dos EUA para o ingresso do Brasil na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Durante a visita oficial a Washington, o auxiliar do presidente da República que teve mais destaque na comitiva foi seu filho, Eduardo Bolsonaro, que além de deputado é presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. O parlamentar acompanhou a reunião privada entre Bolsonaro e Trump na Casa Branca, num encontro em que Araújo não estava presente.

“Eu e o deputado Bolsonaro temos uma visão extremamente coincidente, não só sobre a relação com os EUA como sobre a posição e a projeção do Brasil no mundo. Nós fazemos parte da mesma equipe. O deputado me ajudou muito na construção dessa parceria”, disse Araújo.

“Acho excelente que ele possa ter participado da conversa [entre Bolsonaro e Trump] porque reforça inteiramente essas ideias, que são a base do novo relacionamento. Eu me senti distinguido pela participação do deputado Eduardo, ele comunga das mesmas ideias que eu”, concluiu.

O chanceler disse ainda que não tinha razão para participar da audiência uma vez que o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, não estava em Washington na ocasião da visita oficial.

A Folha revelou nesta quarta-feira que Araújo se irritou com a repercussão da sua ausência na reunião com Trump. Segundo relatos, chanceler ficou especialmente contrariado após ler um texto no blog da jornalista Míriam Leitão, do jornal O Globo, que diz que o Itamaraty saiu rebaixado do episódio.

Ainda sobre os resultados da visita, Ernesto Araújo não deu detalhes sobre como o governo abandonará o tratamento diferenciado que tem na OMC (Organização Mundial do Comércio) por se declarar país em desenvolvimento, a condição que Trump impôs para apoiar a entrada do Brasil na OCDE.

O chanceler, no entanto, disse que a decisão está tomada. “A determinação é não mais nos colocarmos nessa posição de eterno país em desenvolvimento. Vamos assumir nossa condição de país grande e abandonar a ótica do eterno em desenvolvimento. E com isso nos colocarmos no centro decisório da OMC”, declarou.

Da FSP