Acusado de matar Marielle tinha “singular obsessão” por Freixo, aponta investigação

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A investigação da Polícia Civil aponta “singular obsessão” do sargento reformado Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle e Anderson, pelo deputado federal Marcelo Freixo (PSOL). O parlamentar afirmou nesta quarta-feira em entrevista à “CBN” que foi informado há cerca de um mês a respeito das pesquisas que o PM fez sobre a vida de Freixo e familiares. O suspeito fez buscas sobre a vida do político e também sobre a esposa de Freixo, utilizando termos como “morte+de+marcelo+freixo” e “marcelo freixo enforcado”.

— Fui avisado, sim. Evidentemente, não falei sobre isso pois não poderia e tenho um respeito muito grande sobre a investigação. Sabia que ele (Ronnie Lessa) tinha me investigado. Ele começa a fazer o levantamento em outubro de 2017 — afirmou o deputado, esclarecendo que foi informado sobre as investigações há 1 mês.

O delegado Giniton Lages, encarregado pelo caso desde o início, afirmou que na investigação do que está sendo categorizado como pré-crime descobriu-se que o sargento reformado Ronnie Lessa pesquisou informações sobre o deputado federal “Marcelo Freixo (PSOL), a esposa de Freixo, diversas autoridades públicas, Richard Nunes (general que atuou como secretário de Segurança durante a intervenção federal no Rio) e delegados da polícia”. Ele, no entanto, não afirmou se isso aconteceu para bolar o plano de assassinato ou apenas por motivo de “diferenças ideológicas”.

O deputado considerou “inaceitável” que em um ano a investigação não chegasse a um resultado. Freixo comentou que este é só o primeiro passo do caso.

— O tempo de um ano é inaceitável não só pelos erros e equívocos do caso da Marielle. E, sim, pelo que a investigação por si só nos mostra e revela de equívocos dos, talvez, últimos dez anos. Mas que bom que a investigação chegou até esse ponto, as provas são muito contundentes — afirmou Freixo.

Durante a entrevista na “CBN”, o deputado refutou a possibilidade do crime ter tido motivação por ódio. A tese foi levantada pelo delegado Giniton Lages durante coletiva de imprensa nesta terça-feira e depois, de modo mais claro, pela promotora Simone Sibílio, à qual atribui o crime a uma motivação torpe “decorrente de uma repulsa de Ronnie Lessa à atuação política de Marielle”:

— São mercadores da mortes, pagos para matar alguém. Agora querer convencer que eles mataram por conta própria, por cime de ódio? São profissionais do crime. Não dá nem para começar a conversar sobre isso.

Freixo comentou também sobre a possível troca no comando das investigações da Operação Lume, com a saída do delegado Giniton Lages. O agente teve licença premium publicada no Diário Oficial desta terça-feira, ficando pelo menos seis meses fora.

— Acho válida a troca. O Giniton cumpriu essa primeira fase e agora alguém ficará encarregado pela segunda fase — comentou.

Sobre a possibilidade de ser oferecido pelo Ministério Público (MP) delação premiada aos suspeitos preso na primeira fase da operação, tese comentada pelo governador Wilson Witzel, Freixo se mostrou favorável:

— Cabe ao MP, não ao governador. Cada um no seu quadrado, mas acho válido. Eles responderão por diversos crimes, então não há chance de serem liberados da prisão.

Do Jornal Extra