Suspeito de assassinar Marielle tinha obsessão por militantes de esquerda
A Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou que o policial militar reformado Ronnie Lessa, suspeito de ser o autor dos disparos que mataram Marielle Franco (PSOL) e o motorista Anderson Gomes, fez pesquisas sobre personalidades de esquerda, entre elas, a vereadora carioca. Os investigadores identificaram, a partir de uma análise telemática, que Lessa tinha “obsessão” por militantes de esquerda.
“O perfil dele revela uma obsessão para determinadas personalidades que militam à esquerda política. Uma obsessão por essas personalidades que nessa análise você percebe ódio, você percebe desejo de morte. Não é ódio político. Você percebe alguém capaz de resolver uma diferença da forma como foi o caso Marielle”, afirmou o delegado Giniton Lages, da Delegacia de Homicídios.
O delegado disse ainda que outras autoridades públicas foram pesquisadas, como o general-de-divisão Richard Nunes, então secretário de Segurança Pública, e delegados de polícia. “Mas essas eram pesquisas minoritárias, mas pesquisas maiores eram personalidades ligadas à esquerda”, disse o delegado.
Segundo Giniton, Lessa e o ex-policial militar Élcio Queiroz, suspeito de ser o motorista do carro de onde partiram os disparos, foram indiciados por homicídio consumado contra Marielle e Anderson e por homicídio tentado contra Fernanda Chaves, assessora da parlamentar que sobreviveu ao crime. Entre as qualificadoras estão, impossibilidade de defesa da vítima, crime de emboscada e motivo torpe. Ambos foram presos hoje.
O delegado, que está à frente das investigações, disse que a motivação dos assassinatos ainda não foi elucidada e deverá ser analisada numa segunda etapa das investigações. Giniton disse, no entanto, considerar o motivo do crime como “torpe”. “E o crime de ódio, segundo doutrina, encaixa no motivo torpe”, disse o delegado.
Do UOL